terça-feira, 9 de junho de 2009

Segundo

Canary Wharf, Londres, Junho de 2003 / Foto: Luís Filipe Catarino (Fonte: www.ansumane.com)

Por crua e seca definição, um segundo é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133 (Fonte: Wikipédia - Segundo). Esta é a experimentação dos físicos. Mas qual é o seu senso particular do segundo? E o meu? E o nosso?
Um piloto de Fórmula 1 diria que um segundo é a maior eternidade. Uma brutal diferença de tempo e também de espaço, que pode tanto ser a garantia de uma vitória como a de uma derrota.
Já um piloto de avião diria que este é o insignificante intervalo de tempo para tomar uma decisão milagrosa que possa salvar muitas vidas de um destino cruel e terrível.
Um segundo também seria infinitesimal para aquelas pessoas longevas, que se acostumaram com décadas. Mas, ao mesmo tempo, qualquer pessoa perceberia um tempo infinito mediante a incerteza da existência do segundo seguinte.
Transcendendo as questões temporais, "segundo" também pode ter muitos outros significados. Pode indicar conformidade, caracterizar ordenação, determinar a importância de algo... E todos esses significados são percebidos em alguma situação. Por exemplo, como não enxergar conformidade entre as vidas de um casal? Como não escolher algum destino ou objetivo para a vida, enquanto outras possibilidades são esquecidas, postas em segundo plano? Como não ordenar os melhores amigos? Os melhores e/ou piores livros, discos, filmes, momentos?
Enfim, há muita coisa sobrecarregada em apenas um segundo. E neste blog, nada melhor (e mais clichê) do que usar o segundo post para falar disso. Afinal, é desejo deste datilógrafo de segunda qualidade que você, leitor, experimente uma eternidade a cada segundo que gaste lendo este blog, que desnude cada infinitésimo de significado embutido nas palavras escritas (com primeiras e segundas intenções) e que, enfim, vivencie pelo menos um segundo. Só um segundinho...


L. C. D. M. F. Boechat



5 comentários:

  1. Eu não podia esperar menos. Garoto da FALE!
    xD

    Great Job Luiz, ótimo texto pra cada um apreciar cada segundinho de leitura.

    Conto com vc pra conseguirmos levar adiante a idéia do blog. E já vi que posso confiar inteiramente!

    T. Horta

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  2. Datilógrafo de "segunda categoria" foi modestia sua ein Luiz, afinal vc é o "gatoro da FALE", se vc é de segunda, imagina o resto de nós. Bom, segundo texto, li em 1 segundo, mas vou ler uma segunda vez. Realmente, a primeira vista soou meio clichê, mas não é aquele clichê previsível e chato, mas sim o que vc apenas faz idéia do que será, e sabe que a coisa fica legal daquele jeito. Vocês estão mandando muito bem!!
    É uma visão interessante sobre algo que já é do jargão de todo mundo, mas ninguém pára pra pensar direito nisso (nem por 1 "segundo"). Segundo pode ser muita coisa, quase nada e tudo o mais entre esses extremos. Foi bom ter lido este post, me fez parar pra pensar sobre alguns "segundos" por aí. Espero que o blog mantenha o ritmo conforme (pra não usar outro segundo hehe) os posts que já saíram.

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  3. Nossa Luiz...
    Otimo texto.. adorei!
    muito bacana meesmo!
    Parabéns!

    Mari

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  4. Apesar de dispensar comentários, venho dizer que a apresentação é perfeita. Parabéns ao dois, o blog tem futuro garantido se depender de nós leitores.

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  5. NOSSAAA! Sem comentários.... Mandô muito bem Luiz!

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